segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Diamantino Guimarães - em entrevista II

Numa outra perspectiva, Diamantino Guimarães falou-nos da medicina em Portugal e diz pensar que esta é a área que academicamente tem a média mais alta, não por uma questão social, mas porque é a que ainda oferece possibilidades de emprego. No entanto, acredita que nem todos os que têm a média mais alta são os que têm o maior potencial para serem médicos.

Com 24 anos de experiência solta um sorriso quando se fala de desemprego, justificando que desemprego médico só no sector público, porque de resto "haverá sempre diversas entidades privadas, já para não falar que cada médico poderá sempre trabalhar por conta própria, desligado de qualquer instituição ou associação."


Sempre que interpelado para dar a sua opinião sobre casos polémicos como o aborto e a eutanásia, o profissional diz que a sua opinião não é mais sensível, nem melhor formulada por ser médico. É uma opinião de ser humano como qualquer outro que defende achar a "legislação portuguesa bem definida para estes casos, sendo que acompanha a evolução dos tempos e da sociedade."

E é com um olhar ternurento sobre a sua profissão que Diamantino Guimarães deixa um conselho aos recém-licenciados "Muita dedicação e muita formação: é isso que nunca pode faltar!"





Entrevista realizada por:
Maria Inês Costa Pedroso




Em entrevista com...
Diamantino Guimarães - Médico Ortopedista



"Muita dedicação e muita formação: é tudo o que um médico precisa de ter!"

São 24 anos de trabalho e experiência que dão cor a esta entrevista. Uma profissão que coloca quem a escolheu numa ténue fronteira entre a razão e a sensibilidade. Coisas que só depois de muitos anos podem ser encaradas com naturalidade. Uma vida que fica dividida entre a do profissional e a de quem o procura. Uma luta pela responsabilidade e pelo peso que esta implica. A medicina como lema de vida!

A trabalhar em medicina, desde 1984, Diamantino Guimarães confessa que escolheu o seu próprio rumo sem influência de terceiros. Assumindo que ser médico é ser igual a tantas outras profissões, frisa que o necessário é amar aquilo que realmente de faz e quando questionado acerca de uma sensibilidade especial, responde: "Quando se decide ser médico já se sabe para o que se vai, logo, depois de estar lá dentro não se colocam questões de sensibilidades, nem feitios. "

Como começar nem sempre é fácil, o médico de 52 anos, afirma que a maior dificuldade no início da sua carreira foi conjugar aquilo que aprendeu na faculdade com aquilo que é de facto a prática clínica. Na vida real as coisas processam-se de modo diferente e "trabalha-se a um rítmo e a uma intensidade, por vezes dificeis de gerir" diz o próprio.

Admite que ser médico implica viver um pouco das dificuldades dos doentes que todos os dias passam pelo consultório, mas lembra que desde cedo se impôs a si próprio a condição de ao fim do dia trancar a porta que separa o hospital de sua casa.

Diamantino diz que deve haver um bom distanciamento, caso contrário, as depressões seguir-se-iam umas às outras "Como tal tentamos ter a menor afectividade possível em relação à situação do doente." Mesmo assim, há casos em que o processo é complicado de se fazer, por estar um ser humano do outro lado.

Quando se fala da responsabilidade da profissão, a expressão facial fica mais carregada e o profissional reflecte "É com muita dificuldade que se lida com as situações em que as coisas correm mal." No seguimento deste assunto, Diamantino Guimarães recorda que algumas vezes roubou horas à casa e à família para assistir os outros, unicamente por uma questão profissional "Não se é só médico durante o horário que nos é estipulado. Para ser médico é preciso sê-lo a tempo inteiro!"

O ortopedista que poderia ter sido cirurgião plástico, mas nunca pediatra, desabafa que trabalhar na urgência é um desafio único. Médico na urgência do Hospital de São João, Diamantino confessa que nas alturas urgentes a emoção fica para último lugar e só a razão pode deixar que seja prestado ao doente o melhor serviço possível, coisa em que só a experiência, muitas vezes, pode ser boa conselheira.

O profissional consciencializa que o seu lema de vida mudou, pontualmente, ao longo dos anos em que tem vindo a exercer a profissão, sendo que uma das maiores mudanças está na relativização que faz aos problemas "As situações mais dramáticas fazem-nos sempre pensar nas alturas em que nos preocupamos por coisas que não justificam tal preocupação. "

Delegando para os mais novos aventuras e ritmos diferentes como os do INEM ou das experiências sem fronteiras, Diamantino Guimarães enfrenta sem medo a palavra "negligência" à qual os médicos estão muitas vezes sujeitos, "Pensa-se sempre que o médico é que falhou e que o médico é que não se interessou. Para se ser julgado por negligência é necessário avaliar outros parâmetros que nem sempre são tidos em conta."

Certo de que não trocaria a sua profissão por nenhuma outra, responde a perguntas sobre a Medicina em Portugal, numa segunda parte desta entrevista.















Diamantino Pedroso - Médico

Diamantino Guimarães é um médico ortopedista nascido em Valongo, no ano de 1955.

Filho de Diamantino Carvalho e de Margarida Oliveira Soares Guimarães, "Tino", como é conhecido pelos que lhe são próximos começou o seu percurso escolar na Escola Primária 1º de Maio, na sua cidade natal.

Depois de quatro anos nos quais se identificou mais com a área da ciência e matemática do que com as "letras", Diamantino partiu para o Porto, onde durante cinco anos fez o seu percurso escolar no Colégio, de regimes interno e semi-interno, João de Deus. Destes anos, recorda o quanto cresceu, muitas vezes longe dos pais e dos amigos valonguenses.


Quando chegou à altura de dar o salto para o ensino secundário, foi no Colégio Camões, também no Porto, que passou três anos, talvez os que mais o encaminharam para o curso de Medicina que viria a escolher.

Assim, passados uns anos de processos políticos, da altura do 25 de Abril, e após o exercício de aptidão, obrigatório na época, Diamantino Guimarães ingressou, em 1977, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

É com saudade, sentimento, e alguns arrepios, que recorda os tempos de estudante para os quais arranja um único adjectivo: "Únicos!".

Hoje, casado e pai de duas filhas, Diamantino é médico no Hospital de Valongo, num consultório particular e trabalha ainda no Futebol Clube de Penafiel, grupo do qual faz parte há já 12 anos.


Em entrevista, conta-nos como a medicina pode ser uma escola de vida e deixa ainda conselhos a quem vai começar a trabalhar na área.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Festival Internacional de Vídeo Universitário esteve no Porto


“Roads”, “Dunkelrot”, “Conversations II” e “Gentes do Mar” foram alguns dos vídeos vencedores do concurso U.Frame que se realizou no Porto, entre os dias 1 e 5 de Outubro. Numa parceria entre o curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto e a Universidade da Coruña, em Espanha, este festival de vídeo premiou as melhores curtas-metragens na área da ficção, da animação, do documentário e experimental.


A cidade do Porto encheu-se de estudantes, docentes e de todos aqueles que têm como “paixão” pela área da multimédia e das novas tecnologias, para dar corpo à primeira edição do festival U.Frame.


Com o objectivo de promover a criatividade, a partilha e a visibilidade, foi levado a cabo um concurso de vídeos, em diferentes áreas. De entre os vários vídeos a concurso foram escolhidos os nove melhores de cada área:


· “Roads” – Lior Geller – Israel – Dur. 22´ – Vencedor do Grande Prémio do Júri

· “Dunkelrot” – Frauke Thielecke – Alemanha – Dur. 10´47 – Prémio Melhor Ficção

· “Solos” – David Cobo Díaz – Espanha – Dur. 9´ - Prémio Melhor Animação

· “Bad Habbit, Little Rabbit” – Christian Effenberger – Alemanha – Menção Honrosa Animação

· “Conversations II” – Marianela Vega Oroza – EUA – Prémio Melhor Documentário

· “Gentes do Mar” – Dânia Lucas – Portugal – Menção Honrosa Documentário

· “Alkhass” – Vasco Portugal e Vasco Santos – Portugal – 4´40 – Prémio Melhor Experimental

· “Echo” – Benjamin Gronau – Alemanha – 4´30 – Menção Honrosa Experimental

· “Red Wednesday” – Nazanin Shirazi – EUA – Dur. 11´21 – Prémio do Público


Porém esta iniciativa não deixou de se preocupar com a vontade de quem queria aprender e para tal proporcionou aos seus participantes um vasto conjunto de palestras, workshops e master classes, dentro da área.
A socialização também nao ficou à margem do festival, sendo que as noites foram preenchidas por espectáculos e eventos especiais – night frames.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Ciberjornalismo =)



Ciberjornalismo




A Internet é uma rede de redes que nos últimos anos tem revolucionado muitas áreas da comunicação. A sua extensão é imensa e este meio traz, portanto, a muitas áreas de trabalho, oportunidades nunca antes experimentadas.


Sendo que o jornalismo não foge à regra, a Internet tem sido usada pelos jornalistas para a criação de um “novo jornalismo”, ao qual damos o nome de ciberjornalismo (por muitos considerado o jornalismo do futuro).


O ciberjornalismo distingue-se pela sua componente tecnológica que lhe permite inovar e chegar a muita gente espalhada por várias partes do mundo. É, deste modo, um ramo do jornalismo que usa o ciberespaço para elaboração e difusão de conteúdos jornalísticos.


Este tipo de jornalismo caracteriza-se pelo dinamismo e pela interactividade que cria com o leitor das páginas WEB, sendo que estas de encontram todas interligadas (links). “ (…) aumentando a interactividade, e permitindo criar núcleos, comunidades virtuais agrupadas em torno de temas de interesse” (Bastos, 2000)


Os profissionais desta área, não se limitam a dar informação ao utilizador, aproveitam para o orientar no meio da quantidade vastíssima de informação que a Internet, como plataforma consegue fornecer.


Falamos pois de uma personalização, de um movimento constante de informação e de um envolvimento da audiência, que o jornalismo tradicional nunca conseguiu disponibilizar.


O ciberjornalismo coloca-nos sobre a temática do jornalismo contextualizado (Pavlik), que especifica como características suas, a hipermédia (devido ao som, vídeo, imagem, entre outras coisas que podem constar nas noticias digitais), o envolvimento da audiência (tendo em conta que a Internet é um meio activo), o conteúdo dinâmico (que está em constante actualização) e a personalização.


Nunca podemos esquecer que o jornalismo na Internet mantém o mesmo rigor e as mesmas características noticiosas do jornalismo realizado para meios como a imprensa, televisão ou rádio.


Para o ciberjornalismo, trabalham pessoas especializadas para produzir texto, quase em exclusivo para a web, aos quais damos o nome de ciberjornalistas.

Este profissional do jornalismo, usa essencialmente a Internet como ferramenta de trabalho. Difere do jornalista normal pelo tipo de texto que produz (multimédia, interactividade e hipertexto) e por utilizar o seu computador para captar os acontecimentos que o rodeiam. Usa essencialmente vídeo, imagem e som, para trabalhar na construção rigorosa das páginas digitais que nós podemos encontrar, num segundo, à distância de um clique.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Jornalismo Assistido por Computador


Jornalismo Assistido por Computador

Actualmente, quando falamos de Jornalismo, já não conseguimos dissociar esta actividade profissional das novas tecnologias. Porém, há alguns anos atrás e não foram assim tantos, os processos jornalísticos não envolviam o uso do computador, tornando-se, desse modo, mais lentos e menos práticos.

Assim, falamos de JAC, sigla para Jornalismo Assistido por Computador (anos 50) que é uma disciplina antiga do Jornalismo que estuda sua relação com as novas tecnologias.

Como qualquer outra área profissional, o Jornalismo sentiu uma brusca mudança no ritmo e no modo de trabalhar com a introdução do computador, que permitiu escrever, pesquisar, tratar e corrigir os textos jornalísticos com um maior rigor e uma maior eficiência.


Todavia, para além da função de “máquina de escrever” e de “cofre” de textos aos quais podemos recorrer em qualquer altura, o JAC faz-se notar ainda mais quando referimos que o computador é um bom meio de acesso a bases de dados, folhas de cálculo e ainda um bom apoio para a análise de informação estatística.


O computador, armazena em si uma quantidade considerável de informação, quer seja ela áudio, imagem, ou texto e oferece ao Jornalismo uma gama muito variada de programas que o podem auxiliar em muitas das áreas que o compõe, como exemplo temos a área da investigação.


Uma vez que falamos em computadores e na sua relação com o Jornalismo há que referir um ponto fundamental desta temática: a Internet. Se o computador, por si só, permitiu uma grande evolução, com a ligação à Internet essa evolução foi ainda mais reforçada. Ligados à rede, os jornalistas vêem o seu campo de acção e de pesquisa bem mais alargado, podendo entrar em contacto com muitas mais fontes e consequentemente com muito mais informação, num período muito curto de tempo. No fundo a Internet permite ao jornalista completar a informação conferida pelas fontes próximas, com dados fornecidos por fontes mais longínquas e com novas perspectivas.


Concluo, assim, dizendo que o JAC veio transformar o jornalismo, auxiliando-o não só na produção da notícia como também, posteriormente, na difusão do conteúdo noticioso (Jornais On-line), com a sua ligação à Internet. O computador é, hoje, para o jornalista um meio imprescindível para que possa levar a cabo o seu trabalho, a um nível elevado e confortável de qualidade.

Queima 2008*

E viva a Queima =)